Eclipse Solar – Um Sinal para as Nações

Eclipse Solar – Um Sinal para as Nações

25 de Novembro, 2023 0 Por Getúlio Cidade

Vivemos nos tempos do fim. Não muitos anos atrás, quando falava isso, algumas pessoas me olhavam de modo incrédulo ou duvidoso. Hoje, ao me ouvirem dizer a mesma coisa, até os mais céticos concordam comigo. Não podemos prever quantos anos ou décadas nos separam da chegada do Messias. Entretanto, os sinais do fim, conforme previstos nas Sagradas Escrituras, estão estampados nos acontecimentos da História contemporânea e diante de nossos olhos. Neste artigo, abordarei um tipo desses eventos, mais especificamente o que se refere a eclipse solar — um sinal para as nações nos últimos dias.

Há algum tempo, venho publicando textos sobre os sinais proféticos no céu. Embora tenha conseguido despertar a atenção de um bom número para esse tema tão importante, a esmagadora maioria de cristãos ainda o ignora, embora seja recorrente nas Escrituras, especialmente nos Profetas e nos próprios sermões de Yeshua nos Evangelhos. Conforme o relato da criação, Deus criou os luminares no firmamento para fazer separação entre dia e noite, para servirem de sinais para estações, dias e anos (Gn. 1:14).

A palavra para “estações” no original é מועדים (moadim), a mesma usada na Torá para as Festas do Senhor. Nada tem a ver com estações climáticas. Portanto, além de servir para marcar os tempos do fim, conforme abordado em diversos livros proféticos e nos Evangelhos, a lua, o sol, os astros e as estrelas são marcos celestiais estabelecidos para as Festas do Senhor. Busque as datas desses acontecimentos astronômicos mais relevantes e verifique a correspondência com as datas das Festas bíblicas. Você se surpreenderá com a “coincidência”.

Por exemplo, a última tétrade de luas de sangue no biênio 2014-2015, uma ocorrência raríssima ao longo de séculos, coincidiu exatamente nas Festas da Páscoa e Tabernáculos desses dois anos, consecutivamente. O ano de 2015 foi ano de shemitá, o que tornou a ocorrência do fenômeno ainda mais significativa. Consideremos as grandes transformações e tragédias que o mundo vivenciou no ciclo de sete anos que se estendeu de 2016 a 2021, em especial a pandemia de 2020, até chegar à shemitá de 2022. Constatamos que as luas de sangue nos foram mostradas de antemão, no final do ciclo anterior, como um grande presságio e sinal do céu para os tempos turbulentos adiante. Assim, esses fenômenos astronômicos cumprem exatamente a palavra de Gênesis 1:14, servindo de sinais e marcando as moadim (Festas do Senhor).

AVISO DO CÉU

O entendimento de que os luminares, especialmente o sol e a lua, foram criados para servirem de sinais de Deus para os homens é bem comentado no Talmude. Os sábios ensinam que o eclipse solar é um mau presságio para as nações, pois as nações gentílicas estabelecem seu calendário baseado no sol. Se o eclipse ocorre no Ocidente, é um mau presságio para as nações do Ocidente. Se ocorre no Oriente, é um mau presságio para as nações orientais.[1] O tipo de eclipse, total ou parcial, como a coloração decorrente também tem seu simbolismo analisado pelos sábios.

Há uma ressalva em relação a Israel, o que pode ser estendido a todos os que adoram e temem ao Deus de Israel. Quando o povo judeu faz a vontade de Deus, não precisa temer nenhum desses presságios, baseando-se em uma passagem dos Profetas que diz: “Assim diz o Senhor: Não aprendais o caminho dos gentios, nem vos espanteis dos sinais dos céus; porque com eles se atemorizam as nações” (Jeremias 10:2).[2] Não apenas Israel, mas qualquer nação que se submeta à vontade de Deus e cumpra seus mandamentos, nada precisa temer quando vir os sinais dos céus.

Embora o eclipse solar parcial não seja um evento astronômico tão raro, o eclipse solar total pode ser considerado raro. A posição da lua em relação à Terra definirá se o eclipse será total (sol completamente encoberto pela lua) ou anular, quando a lua, por estar mais afastada da Terra em sua órbita, não encobre totalmente o sol, permitindo que se forme um anel de fogo em seu contorno. Os eclipses são possíveis por outra raridade na criação do sol e da lua. O sol é 400 vezes maior que a lua, porém, encontra-se a uma distância da Terra 400 vezes maior que a da lua. Essa coincidência perfeita faz com que ambos aparentem ter o mesmo tamanho no céu para um observador na Terra e é única em nossa galáxia, quiçá no universo.

Há na História alguns exemplos de eclipse solar que precederam algumas tragédias naturais, como tempestades e epidemias, ou humanas, como guerras e conflitos locais. Nesse sentido, torna-se relevante notar a trajetória da lua projetada sobre os países durante a ocorrência do eclipse. Um exemplo recente e bem significativo se deu no eclipse solar total de 21 de agosto de 2017 que atravessou os Estados Unidos de costa a costa. Esse foi um evento raríssimo para aquela nação e certamente continha uma mensagem para seus habitantes. O eclipse se iniciou na costa oeste pela manhã e terminou na costa leste à tarde, a algumas horas do início do primeiro dia do mês de Elul. Quem conhece as Festas do Senhor sabe que este é o mês sagrado que dá início aos quarenta dias de Teshuvá ou arrependimento, e se estende até o dia de Yom Kippur, representando o juízo final das nações e de cada indivíduo.

Trajetória do eclipse solar total de 21 de agosto de 2017 que atravessou todo o território norte-americano, iniciando pela manhã, no estado do Oregon, e terminando à tarde no estado de Carolina do Sul (Imagem: NASA)

Muitos judeus norte-americanos entenderam se tratar de um aviso do céu. Era um tempo em que Deus estava chamando a nação ao arrependimento de suas más obras e pecados. Alguns rabinos em Israel foram mais longe e afirmaram ser um aviso para os judeus que viviam no país de que chegara a hora de fazerem aliyah (imigração para Israel). O que ficou claro é que esse eclipse trazia consigo uma iminência de juízos sobre o país, caso este persistisse em se rebelar contra os mandamentos de Deus. Era como um último chamado à Teshuvá antes do juízo.

Após deixar a costa leste dos Estados Unidos, a trajetória do eclipse passou sobre três sistemas de formação de tempestade no Oceano Atlântico. Na época, os meteorologistas disseram que a probabilidade de evolução daqueles sistemas era muito baixa. No entanto, um dos sistemas tocados pela trilha do eclipse total evoluiu rapidamente para um furacão de categoria 4, chamado Harvey, que, quatro dias depois do eclipse, atingiu a cidade de Rockport, Texas. Dezesseis dias depois, outro sistema sobre o qual passou a trajetória do eclipse evoluiu para outro furacão também de categoria 4, chamado Irma, e atingiu o arquipélago ao sul da Flórida, conhecido como Florida Keys, deixando um rastro de destruição. Esta foi a primeira vez na história em que dois furacões de categoria quatro (considerada de danos catastróficos) vindos do Atlântico atingiram o país no mesmo ano.[3] 

FIM DE UMA ERA?

Passados alguns anos do significativo eclipse solar de 2017, ocorrido no início da Teshuvá com um claro chamado para o arrependimento, estamos diante de dois outros significativos eclipses solares, separados apenas seis meses um do outro, marcando novamente as Festas do Senhor. O primeiro deles ocorreu há pouco mais de um mês, no dia 14 de outubro de 2023, sete dias após o fim da Festa de Sukkot, data que também marcou o início da Guerra de Israel contra o Hamas.

Esse foi um eclipse solar anular — ocasião em que a lua passa entre a Terra e o sol em seu ponto mais afastado da Terra. Por estar mais afastada, a lua não consegue bloquear totalmente o sol e cria um “anel de fogo” que é o efeito na anularidade. Esse eclipse atravessou a América do Norte, a América Central e a América do Sul, incluindo o Brasil. Nos Estados Unidos, o eclipse se iniciou no Oregon, na costa oeste, estendendo-se até o Texas, no Golfo do México. No Brasil, atravessou a região norte, entrando pela fronteira oeste, e a região nordeste, saindo sobre o Oceano Atlântico. A animação abaixo mostra toda a trajetória do eclipse anular de 14 de outubro de 2023.

Trajetória do eclipse anular de 14 de outubro de 2023. Animação criada por Michael Zeiler (GreatAmericanEclipse.com) e Fred Espenak (EclipseWise.com)

O próximo eclipse solar será total, ocorrerá no dia 8 de abril de 2024 e terminará sua trajetória na América do Norte praticamente no primeiro dia de Nisan, mês conhecido como o “tempo de nossa redenção” por causa da Páscoa do Senhor que se iniciará no dia 14. Esse será um eclipse total porque a lua estará mais próxima da Terra e será capaz de bloquear toda a luz solar, criando uma trajetória de totalidade na América Central e do Norte, expondo a atmosfera mais externa do sol (coroa solar). A trajetória se iniciará no sentido contrário ao do eclipse de 2023, começando pelo México, passando pelo Texas, nos Estados Unidos, e terminando ao norte do país, atravessando parte do Canadá.

O que torna esse eclipse ainda mais enigmático é que sua trajetória passará por sete cidades com o nome de Nínive. Em duas delas, o eclipse será total e, nas outras, parcial. Nínive foi a capital antiga do império assírio e para onde o profeta Jonas foi enviado a pregar o arrependimento, caso contrário, a cidade seria julgada e destruída por Deus. Não consigo ver essa ocorrência como uma mera coincidência, mas um aviso severo do alto, um chamado à nação norte-americana ao arrependimento, a fim de reverter os juízos divinos

Observemos alguns fatos curiosos. Ambos os eclipses solares, o primeiro anular e o segundo total, ocorrem no período entre Festas bíblicas muito importantes. O primeiro eclipse se deu exatamente sete dias após o término das Festas do Outono e o segundo será a quatorze dias da Páscoa que abre as Festas da Primavera.[4] Ambos os eclipses atravessam toda a região continental dos Estados Unidos, de uma costa a outra, formando um X, com o centro no estado do Texas. E ambos estão separados de apenas seis meses entre si. Busquei ocorrência semelhante no histórico de eventos astronômicos, mas não encontrei dois eclipses tão significativos cruzando um país inteiro de dimensões continentais, em direções opostas, e espaçados por tempo tão curto. Parece que estamos diante de algo de grandes proporções proféticas.

Quanto mais analiso a imagem da sobreposição dos eclipses em formato de X, mais me pergunto qual será seu significado e o que Deus está comunicando não apenas aos Estados Unidos, mas ao mundo. Seria esse X um basta, uma mudança na nova ordem mundial que, até então, tem a nação norte-americana como uma de suas principais potências? Seria o fim de uma era pós-Guerra Fria, quando o país foi elevado à posição de única superpotência, incapaz de ser desafiado por qualquer outra? Seria o fim da Pax Americana? Seria a indicação de uma crise sem precedentes para o país que, de alguma forma, afetará também o Ocidente? Seria o cálice da ira de Deus transbordando devido aos mais de sessenta milhões de abortos legalizados desde 1973? Seria um marco de Deus para um tempo de juízo sobre a nação por ela não ter feito Teshuvá quando devidamente advertida, especialmente no eclipse total que atravessou o país em 2017?

De fato, a cada ano, o país tem se afundado ainda mais em uma crise moral da qual não consegue se desvencilhar, além de um assédio cultural e ideológico orquestrado há décadas por potências opositoras como China e Rússia, o que tem acarretado outras crises recentes como a política, econômica e financeira. Além disso, a base da democracia mais sólida do mundo tem sido abalada pela crescente falta de liberdade, por motivos sinistros, algo inimaginável há alguns anos. O bastião da nação outrora considerada a mais livre do planeta parece ferido de modo irremediável.

Seja como for, creio que esses eclipses contêm em si uma mensagem de que os próximos anos marcarão uma nova era para os Estados Unidos e para o mundo. Serão sombrios, árduos e inspirarão muita vigilância, cautela e, sobretudo, coragem. Coragem para se posicionar a favor da Palavra de Deus, dos valores judaico-cristãos que forjaram o Ocidente e de não se calar perante a injustiça, bem como em defesa do Evangelho.

Mapa com os dois eclipses formando um X sobre os EUA, separados de seis meses entre si, no período entre as Festas do Outono (2023) e as Festas da Primavera (2024). Autor: Michael Zeiler (GreatAmericanEclipse.com)/Sociedade Astronômica Americana

SINAL PARA O BRASIL

O aviso do céu também serve muito bem para o Brasil pelo rumo que tem tomado por se rebelar contra a verdade da Palavra de Deus. O último eclipse de 14 de outubro que atravessou todo o território nacional de oeste a leste serve de grande aviso. Esse parece replicar o grande aviso do eclipse de 2017 que atravessou todo o território norte-americano, no mesmo sentido oeste-leste, trazendo em seguida dois grandes furacões devastadores sobre a costa leste americana.

Em setembro passado, cerca de um mês antes do eclipse, fortes chuvas e um ciclone extratropical arrasaram diversos municípios no Rio Grande do Sul, matando 27 pessoas e desalojando cerca de 3 mil.[5] Alguns dias após a passagem do eclipse, eventos meteorológicos catastróficas atingiram Santa Catarina, a saber, fortes tempestades com cheias históricas, cinco tornados e até um tsunami meteorológico.[6] Tudo isso apenas neste mês de novembro e até o momento em que escrevo estas linhas.

Há a explicação natural de que o fenômeno El Niño seria o principal responsável por esses cataclismas, juntamente com a formação de outros sistemas meteorológicos. Isso, porém, somente reforça o fato de que Deus está no controle de toda a natureza a fim de usá-la como alerta para a humanidade, um sinal vermelho para fazê-la frear, refletir e mudar de direção. O aviso enviado pelo eclipse é não apenas um presságio, mas um chamado ao arrependimento dos pecados da nação, em especial da terrível corrupção que atingiu todos os níveis da sociedade brasileira. Talvez o juízo anunciado pelos céus seja reversível e haja alguma esperança, conforme houve para Nínive, quando instada por seu rei a se humilhar perante Deus, ante a iminência do juízo: “Quem sabe se Deus se voltará e se arrependerá, e se apartará do furor da sua ira, de sorte que não pereçamos?” (Jonas 3:9).

Ainda para as nações que não foram tocadas por esse eclipse ou por outros significativos que venham a ocorrer futuramente, o aviso permanece válido. Nunca é tarde para fazer Teshuvá, pois todas as nações estão sendo pesadas na balança do Justo Juiz nesse momento da História, especialmente na forma com que lidam com Israel. Reitero o que escrevi no início: vivemos nos tempos do fim. E esses eclipses são um sinal para todos — nações e indivíduos — que, em breve, terão de enfrentar o julgamento do Rei dos reis. Que possamos atentar para suas palavras ditas pelos luminares que Ele estabeleceu no firmamento a fim de declarar sua majestosa glória, bem como para nos servir de sinais de alerta.


[1] Sukkah 29a.

[2] Ibid.

[3] Hurricanes Irma and Harvey Mark the First Time Two Atlantic Category 4 U.S. Landfalls Have Occurred in the Same Year | The Weather Channel

[4] As Festas da Primavera são estudadas detalhadamente no volume 1 de A Oliveira Natural e as Festas do Outono no volume 2.

[5] Chuvas no Sul: o que está por trás das tempestades devastadoras que já mataram 27 pessoas | Meio Ambiente | G1 (globo.com)

[6] Como El Niño e primavera explicam a ocorrência de 5 tornados em SC em novembro | Santa Catarina | G1 (globo.com)

Referências:

American Astronomical Society – www.aas.org   

Great American Eclipse – www.greatamericaneclipse.com

NASA – www.nasa.gov


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Os Sinais no Céu da Volta do Messias

A Lua de Sangue e as Festas do Senhor

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